Sentada na carteira da escola escuto a professora descrever um rio de minha cidade há vinte e oito anos atrás e que hoje mais parece uma passagem de esgoto à céu aberto. Me alegro ao voltar no tempo vendo crianças tomando banho e mulheres de diferentes famílias compartilhando o mesmo rio ao lavarem roupas.
O sino bate, é recreio. Durante esses 15 minutos gosto de observar o céu e as montanhas que cercam parte da minha cidade, então volto no tempo outra vez. Construo em minha imaginação uma Pontes e Lacerda no auge do ouro com ruas de pó avermelhado, casas simples e um povo esperançoso pensando caminhar "para um mundo melhor".
Durante anos extraiu-se muito ouro, aproveitaram-se da terra, construíram uma cidade. E agora? O que se faz à natureza em gratidão da riqueza que ela nos rendeu?
Hoje, ainda posso desfrutar do privilégio de colher uma fruta no pé, ter momentos felizes com minha família a beira de um rio de águas correntes e cristalinas, acordar de manhã e escutar um coro de pássaros louvando ao Criador. Mas... e amanhã? Será que estarei no lugar da professora? Apenas contando momentos felizes que nunca mais vão se repetir?
Eu preciso acordar! Preciso cuidar de tudo o que um dia foi confiado a mim!!! Deixando de herança para os filhos do amanhã a oportunidade de verdadeiramente viverem em "um mundo melhor".
Esta crônica foi escolhida como a melhor da escolapara participar da Olimpíada de Língua Portuguesa, Escrevendo o Futuro. Parabéns Kettuny!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado pelo comentário. Por favor, assinar seu nome e e-mail.